É Páscoa!
É PÁSCOA!
“Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou
contigo: pousaste sobre mim a tua mão, tua sabedoria é admirável,
Aleluia!”
(Antífona de
Entrada do Domingo de Páscoa na Ressurreição do Senhor - Sl 138,18.5s)
Após termos iniciado um profundo
caminho de conversão, no deserto espiritual da Quaresma, em preparação para a
Páscoa, cá estamos, no Mistério da liturgia, a celebrar a vitória de Jesus
Ressuscitado. Mais uma vez, a Igreja nos convida a procurar as coisas do alto,
isto é, ser testemunhas do Ressuscitado, inseridos neste triste momento
histórico que insiste em trilhar caminhos de morte: indiferença, violência,
guerras e outras formas insensatas de seguir a vida terrena. Nós, discípulos e
discípulas, somos provocados a mostrar ao mundo, que estamos envolvidos nesta
realidade escravizadora, esforçando-nos em evitar o contágio da loucura e da
insensatez.
A pressa do mundo é um correr
insensato. Contudo, o correr do discípulo (Jo 20,4-8) é pleno de sentido e
realização, porque vê, experimenta e acredita. De fato, acontece nele o
verdadeiro encontro com Jesus Ressuscitado. Este é o ponto culminante da fé
Pascal, ou seja, o discípulo que ama, em sua intuição, acredita sem exigir
provas materiais, justamente porque o amor impulsiona, até mesmo antes das
aparições do Senhor.
Para nós, discípulos do Ressuscitado, a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, contém a resposta fundamental para todas as aspirações humanas, porque acreditamos que o mal e a injustiça não prevalecerão.
O que fazer enquanto esperamos “novos céus e nova terra”? Certamente, o caminho exigente para concretizar em nossas vidas os frutos essenciais da Páscoa deve ser uma proposta levada a sério por todos os batizados na busca da paz, conversão, justiça e fraternidade. Viver a Páscoa é construir a paz, é reconciliar-se com Deus e com os irmãos.
Ainda que as “dores de parto” do
mundo, no sofrimento presente, pareçam uma agonia sem fim, a Páscoa ensina:
esta dura e cruel realidade, que insiste em querer acabar com nossos sonhos e
esperanças, não prevalecerá, pois confiamos nas promessas divinas. Temos a
certeza de que os frutos maravilhosos da Páscoa amadurecerão: amor, unidade e
restauração de uma humanidade enferma, necessitada de cuidado e cura.
Evidentemente, precisamos deixar de
lado a postura acomodada de meros expectadores, distraídos, alheios a tudo que
passa. A Páscoa encontra pleno cumprimento em nossas vidas, quando assumimos
para valer a proposta de Cristo, decididos a tomar novo sentido em nossa
existência, fazendo Páscoa no tempo, rumo à Eternidade.
Reavivai em nós, Senhor, um verdadeiro
caminho pascal!
Abençoada Páscoa!
† Luiz Henrique
Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda