SER CATEQUISTA

O mês de agosto se consolidou na Igreja do Brasil como período especial de reflexão e conscientização sobre as vocações.

Sabemos que a vocação na vida da Igreja não se restringe somente ao chamado às ordens sagradas ou à vida religiosa. Nesse sentido, gostaria de partilhar sobre uma novidade apresentada pelo Papa Francisco, que é o ministério estavelmente constituído dos catequistas.

No dia 11 de maio de 2021, o Papa Francisco, apresentou um Motu Proprio, intitulado “Antiquum ministerium”, que estabelece a função do catequista como um ministério institucionalizado na Igreja Católica. O desejo expresso pelo Papa é justamente o de reforçar que “o catequista é uma vocação. Ser catequista - essa é a vocação, não trabalhar como catequista”. E acrescenta Francisco: “esta forma de serviço que se realiza na comunidade cristã deveria ser reconhecida com um verdadeiro e genuíno ministério da Igreja”. Com as palavras proferidas pelo sucessor de Pedro, se compreende a motivação do Motu Proprio. Tem-se como meta também reforçar a importância do primeiro anúncio, ou seja, o primeiro contato com as verdades da fé. Continua o Papa: “em um contexto de indiferença religiosa, sua palavra será sempre o primeiro anúncio, que atinge os corações e mentes de tantas pessoas que estão esperando para encontrar Cristo”.

Nossa diocese centenária possui um histórico fortemente evangelizador e pastoral, tendo a participação atuante dos leigos e leigas e o ministério dos catequistas se destaca nessa atuação importantíssima do laicato. Desse modo, tal ministério deverá ser motivado com toda essa bagagem rica de dedicação e empenho por parte dos catequistas inseridos nas nossas comunidades.
Evidentemente, não se trata de um período de colaboração, como é o caso dos chamados “ministérios extraordinários” da Comunhão Eucarística, Batismo e Testemunhas Qualificadas do Matrimônio, que, pelo próprio termo “ministério extraordinário”, denota que são exercidos por um determinado tempo, em situações específicas. O ministério estável do catequista é um chamado específico, reconhecido pela Igreja, através da celebração de instituição feita pelo Bispo diocesano, pastor próprio da diocese. Desse modo, para implementá-lo conforme as indicações do Motu Proprio Antiquum Ministerium, se faz necessário aprofundada formação teológica e pastoral dos que se sentem vocacionados como catequistas em toda a diocese, de forma que, esses nossos leigos e leigas, através de adequada preparação teológica, litúrgica, bíblica e pastoral, possam se colocar à disposição da diocese, de maneira estável, a serviço do primeiro anúncio e da boa preparação doutrinal, apresentando aos catequizandos o que a Igreja ensina.

Minha intenção, como primeiro catequista da diocese, será justamente construir uma adequada formação teológico-pastoral a esses vocacionados. Com isso, poderemos implementar em nossa diocese o que nos apresenta o documento do Papa.

A vocação é um chamado especial de dedicação e consagração ao Reino. Temos o chamado à santidade no Batismo e as especificidades desse chamado principal nas várias vocações existentes na Igreja.

Queremos louvar a Deus por tanta riqueza que o Santo Espírito suscita em nossas comunidades e desejamos que não se percam vocações por falta de motivação e apoio.

Aos catequistas, preciosos colaboradores, nossa gratidão e reconhecimento pelo maravilhoso trabalho que exercem. A Igreja, através do Papa, demonstra o quanto vocês são importantes no anúncio da mensagem do Evangelho.