Peregrinos de Esperança: com Maria Perseverantes na Oração

Prezados Diocesanos,

Vivemos nesta primeira semana de setembro, um tempo especial de reflexão, missionariedade e celebrações por ocasião do nosso I Congresso Mariano, cujo tema é "Com Maria, Peregrinos de Esperança" e o lema bíblico “Perseveraram na oração com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14). O Congresso nos insere no contexto próprio de toda a vida eclesial da nossa Igreja Católica, em preparação para o Jubileu do Ano 2025.

A motivação deste momento tão abençoado vem do nosso Papa Francisco, que, neste ano de 2024, conclamou a todos em preparação para o Jubileu com um Ano da Oração, cuja proposta é destacar a fé em Jesus Cristo, a chama da caridade pelo Espírito Santo e a esperança na vinda do Reino de Deus.

Nada melhor que a presença materna de Maria para nos indicar os caminhos de fidelidade a Deus e uma escuta atenta àquele que nos salvou, nosso Senhor Jesus Cristo. Nas bodas de Caná, por ocasião do primeiro milagre realizado por Cristo a pedido de Sua Mãe, Ela nos exortou: “Façam tudo o que Ele vos disser” (cf. Jo 2,5).

Maria, com sua escuta atenta, guardando no coração todas as experiências, pesadas ou não, de sua entrega total aos desígnios do Senhor, nos ensina a peregrinar na oração e a ter um encontro verdadeiro com o Senhor.

O Congresso Mariano também nos motivou a celebrar duas importantes datas: os 170 anos da proclamação do dogma da Imaculada Conceição e os 50 anos de promulgação da Exortação Apostólica Marialis Cultus do Papa Paulo VI.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi solenemente anunciado em 8 de dezembro de 1854, pelo Papa Pio IX, por meio da Bula “Ineffabilis Deus”. Contudo, é importante ressaltar que a Igreja, em sua Tradição, já acolhia essa verdade de fé e a celebrava liturgicamente desde 1477, ao acreditar que Maria foi preservada do pecado original em previsão dos méritos de Cristo.

Celebrar a solenidade da Imaculada Conceição é celebrar a presença de Deus entre nós e, ter a certeza de que, para Ele, nada é impossível. Maria, ao colocar-se à disposição de Deus, nos dá exemplo de como nos deixarmos guiar por Ele. No anúncio da Encarnação, o Arcanjo Gabriel, ao dirigir-se a Maria, diz que ela não deveria temer; ou seja, as mudanças e os acontecimentos não devem nos amedrontar. Precisamos enxergar, em cada situação, por mais surpreendente que seja, a graça de Deus.

Maria nos ensina a entregar-nos à vontade de Deus e a nos colocar à Sua disposição. Temos muita dificuldade em permitir que a vontade de Deus seja feita em nossas vidas. Tenhamos a coragem de dizer "sim" a Deus e perseveremos nesse caminho.

A Exortação Apostólica “Marialis Cultus” nos apresenta um importante texto magisterial sobre o culto correto à Virgem Maria, respeitando as sensibilidades da piedade popular e evitando desvirtuamentos e superstições, onde Maria é apresentada como modelo de perfeita conjugação entre “liturgia e vida”. Da mesma forma, o Concílio Vaticano II exortava a todos a promover o culto à bem-aventurada Virgem Maria. Podemos perceber claramente, através das solenidades, festas e memórias marianas, o quanto a Igreja e seu Magistério procuram respeitar a sensibilidade do povo católico, que se identifica com Maria em suas lutas e desafios na caminhada de fé.

Por tudo isso, nosso Congresso Mariano, com momentos especiais de catequese, missionariedade e celebrações, será um marco especial de e piedade na vida de nossa Diocese. Conclamamos a todos os movimentos, pastorais, comunidades de vida e grupos de partilha a participarem com alegria e devoção desta semana especial, oferecendo a Nossa Senhora, o  nosso reconhecimento e compromisso em conduzir nossa vida segundo Seu exemplo de fidelidade e, como Ela, proclamarmos: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é Seu Nome” (Lc 1,49).

 

+ Luiz Henrique da Silva Brito

Bispo Diocesano