Frente a eminente votação no STF, CNBB reitera sua posição contrária à descriminalização das drogas
Tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal (STF)
marcou nova data, próxima quarta-feira, 23 de agosto, para a retomada do
julgamento que discute se é crime o porte de drogas para consumo próprio, a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reitera a sua posição contra a descriminalização do uso das drogas, expressa pela instituição em nota publicada em 26 de agosto de 2015.
Na nota citada, a CNBB conclama o Estado e o povo
brasileiro à necessária lucidez no trato deste tema tão grave para a sociedade.
A Conferência dos Bispos do Brasil pede o engajamento da comunidade católica do
Brasil para disseminar o vídeo, com link abaixo, no qual o bispo auxiliar de
Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, reforça as posições
da Instituição sobre o tema da descriminalização do uso de drogas no Brasil.
Sobre este tema, o Papa Francisco, aponta como uma
forma de degradação. O Santo Padre expressou, com muita clareza, que “a droga
não se derrota com droga. A droga é um mal e com o mal não pode haver cessões
ou compromissos.”
Na carta encíclica Laudato Si’, o
Papa Francisco constata, com tristeza, que são numerosas as pessoas provadas
por condições de vida indigentes, que exigem atenção e o compromisso solidário.
Atesta, ainda, que a “a própria vida humana é um dom que deve ser
protegido das várias formas de degradação” (Carta enc. Laudato si’, 120).
Impacto na
saúde, família e sociedade
O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers,
reafirmou, por meio de vídeo, as posições da instituição manifestadas na nota
de 2015. “O uso indevido de drogas interfere gravemente na estrutura familiar e
social. Está entre as causas de inúmeras doenças, de invalidez física e mental,
de afastamento da vida social”.
A mensagem do vídeo reforça ainda que “a
dependência que atinge, especialmente, os adolescentes e os jovens, é fator
gerador da violência social, provoca no usuário alteração de consciência e de
comportamento. O consumo e o tráfico de drogas são apontados como causa da
maioria dos atentados contra a vida”.
De acordo com o secretário-geral da CNBB, a não
punibilidade do porte de drogas, mesmo para consumo próprio, tendo como
argumento a preservação da liberdade da pessoa, poderá agravar o problema da
dependência química, escravidão que hoje alcança números alarmantes.
“A liberação do consumo de drogas facilitará a
circulação dos entorpecentes. Haverá mais produtos à disposição, legalizando
uma cadeia de tráfico e de comércio, sem estrutura jurídica para controlá-la”,
salientou.
No vídeo, dom Ricardo recorda a posição da CNBB de
que a vida em todas as suas dimensões deve ser preservada. “Confiantes na graça
misericordiosa de Deus e na materna proteção da Virgem de Aparecida,
conclamamos o Estado e o povo brasileiro à necessária lucidez e
responsabilidade no trato deste tema tão grave para a sociedade”.
Assista o vídeo na íntegra