A Esperança não engana
Estamos
para concluir mais um ano civil. No contexto litúrgico, já vivemos este novo
tempo de graça, com o período do Advento e, dentro em breve, o Tempo do Natal.
O novo
Jubileu, para nós, se torna tempo especial de reflexão, perdão e reavaliação de
vida. O jubileu possui um significado importante na Bíblia, que nos remete a
uma série de ações que concretizam e propiciam a vivência da mensagem
libertadora, experimentada pelo Antigo Povo da Aliança. No jubileu, quando
vivenciado autenticamente, existe uma profunda revolução social e espiritual,
porquanto somos convocados a refletir o que significa verdadeiramente
“libertação”, sendo tempo de renovação e reconciliação.
Em
nossa tradição cristã, Jesus menciona – ao menos implicitamente – o tempo
jubilar, ao ler a passagem do profeta Isaías: “o Espírito do Senhor está sobre
mim, por isso Ele me ungiu e me mandou anunciar aos pobres uma mensagem, para
proclamar aos prisioneiros a libertação e aos cegos a recuperação da vista,
para colocar em liberdade os oprimidos e proclamar um ano da graça do Senhor”
(cf. Lc 4,18-20).
Para
bem nos prepararmos para a celebração da chegada da salvação ao mundo, em Jesus
Cristo, que se encarnou no seio virginal de Maria, somos convidados a refletir
os sinais do Jubileu:
• A
PEREGRINAÇÃO, que significa o caminhar da fé, o não se deixar paralisar pelo
desânimo e as dificuldades da vida, já que todo verdadeiro cristão deve ser um
peregrino e caminhante a trilhar o percurso daqueles que não se deixam
esmorecer;
• A
PORTA SANTA, que é um belo sinal de acolhida, mas também de profunda reflexão,
pois o próprio Jesus nos alerta que a porta para a perdição é larga e estreita,
a que nos leva para a plenitude de vida. Ele mesmo se apresenta como “a porta”,
afirmando que quem entrar por Ele estará salvo, pois Ele é, ao mesmo tempo, o
Bom Pastor;
• A
PROFISSÃO DE FÉ, que nos faz reconhecermo-nos como batizados, que testemunham
sua vida nova e que não se deixam envolver pelos enganos da mundanidade e pelas
confusões dos tempos. Homens e mulheres que sabem bem em quem confiaram suas
esperanças ao professar este caminho;
• A
CARIDADE, que é fundamental para não deixar cair no vazio nossa proposta de
mudança e solidariedade;
• A
RECONCILIAÇÃO e a INDULGÊNCIA JUBILAR, sinais de que vivemos um “tempo
favorável” para a conversão e a mudança de vida.
Ao nos
prepararmos para o Natal do Senhor, vivamos intensamente este momento de Graça
em nosso ambiente familiar e vida eclesial!
A
Igreja celebra solenemente a presença de Deus em nossa história, o Emanuel
Deus-Conosco. Aproveitemos bem este especial momento para crescer na
solidariedade, como testemunhas fiéis de Cristo, comprometidos com a comunhão
eclesial.
Abençoado
Natal para todos os irmão e irmãs! Seja tempo de muita paz e reconciliação!