Consciência ambiental - cuidado com a Casa Comum


Prezados Diocesanos,

O dia 1º de setembro foi escolhido como momento especial de reflexão sobre a importância do cuidado com a “casa comum”.

O Dicastério para o Serviço e Desenvolvimento Humano Integral realizou neste ano quatro eventos globais, reunidos no que se nomeou “Semana Laudato Si”, para comemorar o oitavo aniversário da publicação desta importante encíclica do Papa Francisco. O objetivo foi promover a “eco espiritualidade”, incentivando gestos simples, tais como motivar as pessoas a criarem jardins para contemplação, promoverem a biodiversidade por meio do cultivo de flores, frutas, legumes e outras ações.

Recomendaram-se também caminhadas na natureza e momentos de oração ao ar livre. Outras iniciativas deveriam ser incentivadas como, por exemplo, participar de atividades de limpeza em bairros, praias, rios, lagos, caminhos e parques. Na vida cotidiana, reduzir o desperdício de alimentos, usando as sobras de forma criativa e, por fim, conscientizar as pessoas sobre os problemas do nosso planeta.

Essas sugestões foram postas em pauta no semestre passado, mas permanecem atualíssimas. De nossa parte, promoveremos neste mês de setembro eventos e atividades de conscientização, enfocando nossos problemas mais prementes, como a poluição de nosso ar, o assoreamento de nossos rios e o desmatamento. Nesse sentido, concentraremos aqui, na sede de nossa diocese, em Volta Redonda, um momento celebrativo para chamar a atenção da sociedade sobre os graves problemas que enfrentamos por conta da qualidade do ar que respiramos. Será justamente no dia 1º de setembro, às 16 horas, na Praça Juarez Antunes.

No entanto, não podemos cobrar somente das autoridades os compromissos no cuidado com nosso meio ambiente. Precisamos criar uma cultura de preservação e cuidado com a casa comum. Nossos rios poluídos, as queimadas e o desmatamento têm lugar pela ação irresponsável humana.

Devemos motivar o comprometimento pessoal, onde cada um fazer a sua parte torna-se fundamental. Lembremo-nos que cuidar, proteger nosso planeta é obrigação de todos.

Os problemas que enfrentamos, tais como doenças, pobreza, falta de habitação e educação de qualidade, podem ser também reflexos de nosso descuido com as riquezas do planeta, utilizadas de forma indiscriminada e gananciosa, de modo que só uma pequeníssima parcela da população usufrui e de forma irresponsável.

Faz-se necessário promover reflexões, debates, formações para uma autêntica cultura ecológica. Não se trata de ideologia política, mas da mensagem do Evangelho que se expressa na Doutrina Social da Igreja, de forma equilibrada e profunda, trazendo-nos importantes reflexões para o desenvolvimento humano.

Posturas que demonstram indiferença quanto à importância do tema apresentado, devem ser superadas por uma conscientização eficaz e duradoura. Todos devem cooperar! Do contrário, arriscamos dilapidar os recursos do planeta de forma indiscriminada. Cobramos saneamento básico, ar mais saudável, atenção aos nossos mananciais e, no entanto, somos tristes protagonistas de posturas que afetam nossa natureza. Afinal de contas, deslizamentos, enchentes e queimadas, não poucas vezes são provocados pela negligência de governos e cidadãos em geral.

Evidentemente, não podemos colocar a conta dessas tristes situações na população desamparada, que não encontra outra solução a não ser construir em áreas de risco, mesmo com as gravíssimas consequências previstas. Deve-se também promover uma justa e adequada política habitacional para o grande déficit existente em nossas cidades.

Muitos são os desafios pela frente. Precisamos nos unir para trabalhar com eficácia, pois estamos cansados dos belos discursos sobre o tema. Empenhemo-nos na busca de soluções concretas para o bem de todos.

A criação geme também esperando a libertação (cf. Rm 8,19), recorda-nos a Palavra de Deus. Que a agonia de todo um planeta que “geme e sofre como que dores de parto até o presente dia” (Rm 8,22) não se transforme em extinção e morte, mas, pelo contrário, com nossos esforços, em renovada esperança de vida.

O Senhor é nossa força!