SANTUÁRIO - LUGAR DA PRESENÇA DIVINA
Prezados
diocesanos,
Estamos praticamente no meio do ano.
Para nossa diocese, este mês de julho tem dois aspectos de grande relevância
por conta dos eventos de nosso centenário. O primeiro deles se refere às
celebrações de nossa padroeira diocesana, a Senhora Sant’Ana. Nossa Coordenação
de Pastoral teve a feliz ideia de motivar a peregrinação da imagem similar à
histórica que se encontra na Catedral de Sant’Ana, em Barra do Piraí. Esta
imagem, toda feita em madeira por um humilde artesão, tem percorrido nossas
comunidades paroquiais.
Sabemos quanto o nosso povo
valoriza esses momentos de fé e piedade. Devemos valorizar essa sensibilidade
religiosa dos fiéis, também corrigindo, quando necessário, certos desvirtuamentos,
mas sem jamais ferir a fé do povo simples que, com muito amor, vê nas imagens sagradas
a proximidade dos servos de Deus, seus exemplos e intercessão, sabendo sempre
que o grande intercessor para nós será sempre Jesus Cristo, nosso Senhor e
Salvador.
A devoção aos santos, na
Igreja Católica, é uma experiência religiosa antiquíssima. Nossa doutrina
explicita bem seu sentido a partir de três dimensões que precisam estar bem
claras e presentes na vida do devoto. Em primeiro lugar, queremos glorificar a
Deus que realiza grandes coisas na vida dos santos; em segundo lugar, imitar
seus exemplos e virtudes; por fim, em terceiro, pedir a intercessão deles, já
que a morte não nos separa. Fazemos parte desta grande família de Deus, que é a
Igreja: a Igreja peregrina, que caminha nesta realidade terrena em preparação
para o céu; a Igreja padecente, que se prepara para a eternidade feliz no
purgatório; e a Igreja triunfante, formada por aqueles que já gozam da felicidade
eterna junto de Deus e certamente continuam a viver intensa caridade, lembrando
de nós, que ainda lutamos para sermos dignos da vida plena junto do Senhor.
A piedade popular, como no
caso da devoção aos santos deve ser valorizada em nossas comunidades, em
respeito ao carinho e à fé confiante do nosso povo. O Documento de Aparecida
nos ensina que “em nossa cultura latino-americana e caribenha conhecemos o
papel tão nobre e orientador que a religiosidade popular desempenha,
especialmente a devoção mariana, que contribuiu para nos tornar mais
conscientes de nossa comum condição de filhos de Deus e de nossa comum dignidade
perante seus olhos, não obstante as diferenças sociais, étnicas ou de qualquer
outro tipo” (DA 37).
Como estamos em pleno
centenário de criação da nossa diocese, tivemos a inspiração de revitalizar a
devoção à nossa padroeira Sant’Ana em todas as paróquias e comunidades, ainda
mais tendo a especial motivação do Papa Francisco, ao falar da importância dos
idosos e instituir o Dia Mundial dos Idosos, próximo da festa de Sant’Ana e São
Joaquim, avós de Jesus.
O Papa nos incentiva ao
dizer: “o Dia Mundial dos Avós e Idosos é uma oportunidade para dizer mais uma
vez, com alegria, que a Igreja quer fazer festa juntamente com aqueles que o
Senhor – como diz a Bíblia – ‘saciou com longos dias’ (Sl 91,16). Celebremo-la
juntos! Convido-vos a anunciar este Dia nas vossas paróquias e comunidades, a
visitar os idosos mais abandonados, em casa ou nas residências onde estão
hospedados. Procuremos que ninguém viva este dia na solidão. Ter alguém para
cuidar pode mudar a orientação dos dias de quem já não espera nada de bom do
futuro; e dum primeiro encontro pode nascer uma nova amizade. A visita aos
idosos abandonados é uma obra de misericórdia do nosso tempo” (Mensagem para II
Dia Mundial dos Avós e Idosos).
Celebremos com muito
respeito e atenção aos nossos idosos. Percebe-se uma sociedade enferma, quando
se torna indiferente e hostil tanto ao ser humano no ventre materno, como
também pela mentalidade de descarte, no que se refere aos idosos. Que nossa
sociedade seja curada pela ternura e cuidado para com todo ser humano.
Como estamos falando da
importância da piedade popular, não podemos deixar de mencionar a importância
dos santuários na vida religiosa do nosso povo, como bem indica a Carta
Apostólica “Sanctuarium in Ecclesia”,
recordando que são “espaços sagrados”, expressão autêntica da ação missionária,
por serem lugar da Palavra, do encontro sacramental, da comunhão eclesial e
auxílio no crescimento da fé.
Os santuários fazem parte de
nossa tradição religiosa e, como fruto de nosso III Congresso Eucarístico Diocesano,
erigiremos, no dia 30 de julho, às 18h, o Santuário do Coração Eucarístico de
Jesus, no distrito de Floriano (Barra Mansa), bem ao lado da Via Dutra. Sabemos
que essa importante rodovia, que liga o Rio a São Paulo, já se consolidou como
trajeto de peregrinação para o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, rainha
e padroeira do nosso querido país. Ao longo desta via, outros santuários foram
sendo edificados, tais como, o Santuário do Pai das Misericórdias, em Cachoeira
Paulista, o Santuário de Frei Galvão em Guaratinguetá e, agora, o Santuário de
Adoração Eucarística, em nossa diocese. Certamente, nosso santuário se tornará
espaço de abundantes graças a serem derramadas na vida de todos os peregrinos e
adoradores que estiverem diante de Jesus Sacramentado a apresentar suas lutas e
desafios, demonstrando, ao mesmo tempo, profunda gratidão pelas bênçãos
derramadas em suas vidas.
Peço a todos os nossos fiéis
que não deixem de se inscrever como “Guardiões do Santíssimo Sacramento”, oferecendo
este tempo de adoração a Jesus Sacramento em nosso Santuário de Adoração
Eucarística. Sem dúvidas, será imensamente valioso e benéfico para seu próprio
bem espiritual, bem como de toda a diocese.
Bem sabemos que a Igreja vive da
Eucaristia. Portanto, agradeço a todos que se empenharem neste nosso projeto,
expressão de nossa fé pública na presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento
do Altar.