O CHAMADO DE DEUS

Caros Diocesanos,

O mês de agosto é dedicado às vocações, como todos temos conhecimento e, para tratar deste tema gostaria de começar refletindo sobre o Batismo de Jesus que nos revela a sua identidade e a sua missão. Faz dele o vocacionado por excelência do Pai. O seu batismo é uma espécie de batismo da humanidade. Como o batizado de Jesus no Jordão representou o início da sua missão profética e redentora, assim o batismo cristão é a fonte e a origem de todas as vocações.

Todos sabem, muito bem, que a palavra vocare, do latim, significa “chamado”, ou seja, o termo vocação, portanto, quer salientar este convite especial que Deus nos faz para participar do seu Reino, buscando uma vida de santidade. Esta é a missão comum a todos os batizados. É claro que todos os cristãos vivem sua busca da santidade com funções específicas, ou seja, ministérios suscitados pelo Espírito Santo.

Com estas reflexões, a Igreja, deseja suscitar em nós um empenho maior no serviço ao Reino de Deus. O convite d’Ele respeita nossa liberdade, no entanto, a responsabilidade é nossa quanto à resposta que desejamos dar ao Senhor que nos chama.

Na verdade toda a Igreja é convocada para o trabalho evangelizador, pois ela é “Assembleia convocada”. Um verdadeiro cristão não pode ficar indiferente aos grandes desafios num mundo que a cada dia mais precisa ser libertado das cadeias do pecado como nos bem fala o Papa São João Paulo II chamando estas realidades de “situações de morte”.

A nossa comunidade diocesana é exortada, vivamente, a se empenhar no sentido de refletir profundamente sobre o chamado de Deus, fazendo uma análise sincera sem máscaras de modo que, cada um de nós, possa vivenciar esta nossa realidade de vocacionados, cada um em sua função específica.

Nossa comunidade foi agraciada por Deus com inúmeros talentos. São várias pastorais, grupos e movimentos. Todos são importantíssimos para que, unidos, nossa realidade possa ser melhor onde o Reino de Deus, com simplicidade cresça como nos bem diz Jesus ao compará-lo como a semente de mostarda que passa despercebida, mas se torna uma árvore esplendorosa. Mais do que nunca precisamos fomentar todo um sentimento de união, respeito às legítimas formas e expressões de fé existentes em nossa Diocese. Este espírito de comunhão deve ser a meta a ser perseguida com muito afinco. Sem este respeito aos estilos e realidades reconhecidos pela Igreja estaremos fadados a gerar um ambiente terrível de divisão e discórdia que, com certeza, poderia impedir a ação do Espírito em nós, gerando obstáculos indesejáveis para o crescimento espiritual de nossa Igreja Particular.

Sobre o sentido da comunhão que não significa uniformidade temos as reflexões de São Paulo que compara a comunidade como um corpo que possui vários membros e, todos, cumprindo suas funções específicas fazem com que haja harmonia e atingindo assim seus objetivos. A comunidade, por conseguinte, deve agir perseguindo este sublime ideal de comunhão e respeito mútuos. 


Bispo Diocesano de Barra do Piraí-Volta Redonda